a encher a cabeça de lógica de cinzas
dos pensamentos dispersos das chamas aos pedaços.
Por exemplo:
É tão boa a vida calma do campo
(o sonho na cidade é pesadelo).
Gosto de respirar a fome, o vento, a chuva, a noite.
O luar não. Tem sabor amargo a sol com bolor.
A cheiro de bocas de bruxas e lobisomens.
Gosto da vida animal. Exacta. Cruel. Dorida de saltar sebes.
Aranhas grávidas pelo silêncio.
Vou obrigar à pedrada as rãs a calarem a voz nos charcos.
Música concreta não.
Nem oboés dissolvidos nos rios a atrair ovelhas.
Antes o mundo rude de rachar lenha (pelos outros, claro!)
onde as pedras não têm bocas para gritar.
Mas, às vezes quando chove, choram.
Sem olhos.
Monstros de ternura sem lógica
com lágrimas emigradas
nas nuvens
de pedra desfeita.